Tio Wiggily e o Caranguejo

Resumo

A história brasileira em questão apresenta Tio Wiggily, um coelho que se envolve em uma série de desventuras enquanto busca sorte na praia. Após encontrar o que pensa ser um diamante, mas que na verdade é apenas vidro, Wiggily é incentivado por uma enguia escorregadia a seguir explorando. Ele acaba caindo em uma cilada armada por um lobo maldoso que o prende sob uma pedra. No entanto, Tio Wiggily é resgatado por um astuto caranguejo-ferradura que, apesar de se parecer com uma pedra, espeta o lobo com sua cauda, fazendo-o fugir de tanto rir. A narrativa ensina sobre a importância da astúcia, da ajuda mútua e de não desistir mesmo diante de contratempos. Ideal para leitores jovens, a história combina elementos de humor e aprendizado, mostrando que a solução para os problemas pode vir de onde menos se espera.

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O Tio Wiggily estava conversando com a enguia escorregadia que ele havia encontrado anteriormente.  

“Você é certamente muito escorregadia”, disse o coelho. “Tão escorregadia quanto um capacho de borracha em um dia chuvoso. Mas olhe para esta coisa que eu desenterrei pouco antes de a raposa pular em mim. Acho que é um diamante, e, se for, ficarei rico e poderei voltar para casa e ver meus pequenos netos coelhinhos, Sammie e Susie Rabinho.” Então ele mostrou para a enguia escorregadia o objeto brilhante que havia encontrado na areia.  

“Ah! Ah! Que pena!”, exclamou a enguia tristemente ao olhar para o objeto reluzente.  

“O que foi? Não é um diamante?”, perguntou o coelho.  

Então a enguia escorregadia disse o seguinte com uma voz melódica:  

“Ah! Ah! É apenas vidro.  
Não serve à mesa, nem tem juízo.  
Não vale pra mim, nem pra você.  
Jogue fora, e quem sabe um dia  
sua sorte aparecerá.”  

“Ah, eu não sabia que você sabia compor versos”, disse o coelho surpreso.  

“Eu também não sabia”, respondeu a enguia. “Essa foi a primeira vez que fiz algo assim”, e então ela enfiou a cauda na areia novamente, bastante modesta e tímida.  

“Bom, se isso é apenas vidro em vez de um diamante, é melhor eu jogá-lo fora”, disse o coelho.  

“Sim”, concordou a enguia, e com um movimento rápido da cauda, arremessou o vidro que rodopiou até cair no vasto oceano.  

“Mais azar para mim”, pensou o coelho, mas ele não desistiu, e, despedindo-se da enguia escorregadia, seguiu pela praia em busca de sua sorte mais uma vez.  

A essa altura, a chuva já tinha parado e ele não precisava mais do guarda-chuva feito de cogumelo, então ele o fincou na areia para que a próxima pessoa que passasse por ali pudesse sentar-se debaixo dele e escapar do sol.  

Bem, o Tio Wiggily continuou andando e andando. Ele viu as crianças tomando banho de mar e construindo castelos de areia, e viu os pescadores saindo para o mar em busca de peixes e lagostas, mas ainda assim não conseguiu encontrar nada relacionado à sua sorte.  

Até que, depois de um tempo, não muito o, o velho coelho chegou a um ponto na areia onde havia um pequeno cartão branco. E no cartão estava escrito:  

“CAVE AQUI E VEJA O QUE VOCÊ PODE ENCONTRAR.”  

“Ah, hum! O que será que isso significa?”, pensou o Tio Wiggily, sentando-se na areia para descansar. “Será que isso pode ser uma armadilha?” Ele já tinha sido enganado tantas vezes que decidiu ser cauteloso desta vez. Então olhou em volta, mas não viu nada que parecesse perigoso.  

Ele notou que havia alguns arbustos na praia, um pouco mais afastados, mas parecia não haver ninguém ali. Também não havia ninguém por perto onde ele estava na areia.  

“Acho que vou arriscar e cavar”, pensou o Tio Wiggily. Então ele deixou de lado sua mala e sua muleta e começou a cavar na areia com uma concha. Ele cavou cada vez mais fundo até começar a sentir algo duro.  

“Oh, oh!”, exclamou. “Acho que estou chegando perto. Deve ser um baú de ouro ou diamantes que piratas ou ladrões enterraram na areia anos atrás. Agora vou desenterrá-lo e ficarei rico. Este é meu dia de sorte!”  

Ele cavou mais e mais fundo até que começou a desenterrar algo preto e redondo. Estava certo de que era um baú de ouro e cavava cada vez mais depressa, até que de repente algo deslizou na areia e caiu no buraco que o Tio Wiggily tinha cavado, e, antes que percebesse, ele escorregou e ficou preso com uma das patas sob uma grande pedra preta. Era apenas uma pedra que ele havia encontrado na areia e não um baú de ouro.  

No começo, ele ficou surpreso demais para dizer ou fazer qualquer coisa, e então, quando sua pata começou a doer, ele gritou:  

“Ah, meu Deus! Estou preso em uma armadilha e não consigo sair!”  

“De fato, não vai conseguir sair!”, exclamou uma voz na borda do buraco e, olhando para cima, o coelho viu um grande lobo.  

“Ah, foi você quem colocou aquele cartão ali na areia, dizendo para eu cavar?”, perguntou o Tio Wiggily.  

“Fui eu”, respondeu o lobo, mostrando os dentes em um sorriso muito mal-educado. “Eu queria pegar você sob a pedra e consegui. A pedra rolou da areia quando você cavou o suficiente para soltá-la, e agora você está preso. Vou pular lá embaixo e fazer cócegas em você até que suas costelas doam!”  

Bem, o Tio Wiggily se sentiu muito mal ao ouvir isso, e não sabia o que fazer. O lobo estava se preparando para pular sobre ele quando, de repente, o coelho ouviu uma voz sussurrando para ele:  

“Escute, Tio Wiggily, pergunte a esse lobo se ele é um bom saltador. Ele vai dizer que é, então peça para ele pular em cima daquela pedra redonda que ele vê na areia perto do buraco. Ele vai dizer que consegue, porque é muito orgulhoso, mas em vez de pular em uma pedra, ele vai pular em mim, e então eu vou espetá-lo com minha cauda afiada, e ele vai embora correndo. Depois eu ajudo você a se soltar.”  

“Mas quem é você?”, perguntou o coelho, um pouco confuso.  

“Eu sou o caranguejo-ferradura”, foi a resposta. “Estou aqui na areia e pareço mesmo uma pedra, e vou fingir que sou uma. O lobo não entende a minha linguagem, então é seguro. Apenas peça para ele pular em mim.”  

Então o Tio Wiggily olhou para o lobo e disse:  

“Sr. Lobo, já que você vai me fazer cócegas de qualquer maneira, poderia me mostrar como você é bom em saltar antes disso?”  

“Claro que sim!”, disse o lobo, que era muito orgulhoso de seus saltos. “Saltarei onde você quiser, e depois pularei para pegar você.”  

“Muito bem”, disse o Tio Wiggily, com uma voz lenta e triste. “Apenas salte naquela pedra redonda ali na praia, pode ser?”  

“Vou sim”, disse o lobo, sem saber que o que ele achava ser uma pedra era apenas o caranguejo-ferradura, esperando para espetá-lo com sua cauda afiada.  

Então o lobo deu um grande salto no ar e caiu em cima do caranguejo-ferradura, que levantou sua cauda pontuda e espetou tanto as costelas do lobo que ele foi forçado a dar risada, mesmo que não quisesse. E ele riu tanto que teve um ataque de riso, e assim não conseguiu pegar o coelho.  

Depois, o caranguejo-ferradura removeu a areia ao redor da rocha e ajudou o Tio Wiggily a soltar sua pata. O coelho estava a salvo, agradeceu ao caranguejo e foi embora pulando, e o lobo, no fim das contas, não conseguiu pegá-lo.