Tio Wiggily à Beira-Mar

Resumo

O texto narra uma história envolvente de Tio Wiggily, um coelho cavalheiro que escapa de um urso perigoso e se junta ao gafanhoto em busca de aventuras. Caminhando por uma estrada, Wiggily encontra um grupo de crianças alegres indo à praia, o que o leva a seguir em frente na esperança de encontrar sua própria fortuna. Com a ajuda do gafanhoto e de uma menininha gentil, ele começa a cavar na areia à procura de ouro, incentivado pela ideia de tesouros de piratas enterrados ali. No entanto, o plano é frustrado quando o buraco se enche de água e um caranguejo belisca seu rabo, exigindo queijo como resgate. Felizmente, uma onda inesperada afasta o caranguejo, libertando Wiggily e garantindo que ele continue intacto, mesmo sem encontrar o desejado tesouro. A história ressalta a importância da amizade, da esperança e de enfrentar desafios com positividade, além de apresentar um ambiente lúdico e encantador para as crianças.

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Uma manhã, Tio Wiggily estava pulando por uma estrada empoeirada. Era o dia seguinte ao que ele havia escapado do urso preto malvado no barco, e o velho coelho cavalheiro estava pensando no grande perigo que havia enfrentado.

“Eu certamente preciso ser mais cuidadoso”, ele pensou, “e não entrar em qualquer barco que eu veja. Ora, só de pensar nisso! Se aquele urso tivesse me comido, eu não poderia mais procurar pela minha fortuna”, e isso assustou tanto o Tio Wiggily que ele olhou ao redor e atrás dos arbustos, com medo de que o urso talvez tivesse saído do barco e estivesse perseguindo-o.

Mas não havia urso algum, porque ele havia caído do barco, pegado um resfriado e ido para a cama depois de tomar uma limonada quente com mel. O velho coelho cavalheiro ficou mais tranquilo ao perceber que não havia urso, mas estava tão quente que ele ficou com sede e começou a procurar um lugar para beber água. Logo ele viu uma nascente de água muito fresca e fria, e bebeu três goles.  

E, justamente enquanto o coelho bebia a última gota de água, ele ouviu um barulho engraçado vindo da estrada. Olhando para cima, viu muitas crianças passando. Algumas estavam descalças, outras tinham pequenos baldinhos de lata e pás nas mãos. Algumas tinham balões vermelhos e outras balões azuis ou verdes. Algumas das crianças estavam vestidas com trajes de banho, e algumas tinham levantado tanto os vestidinhos quanto possível e estavam dançando com suas pernas brancas fininhas, tão felizes quanto podiam ser.  

“Ué, isso é bem estranho”, pensou o coelho. “Para onde será que estão indo? Talvez seja para um desfile de circo. Eu preciso ir ver, pois talvez eu encontre lá meu amigo elefante. Ah, isso será divertido! É um desfile de circo?” ele perguntou, em voz alta.  

“Não, não é um desfile de circo”, disse uma voz ao lado do Tio Wiggily, e ao olhar para baixo ele viu o bondoso gafanhoto que uma vez havia dado a ele um pouco de melado.  

“Se não é um desfile de circo, o que é?” perguntou o coelho.  

“Essas crianças estão indo para a praia para nadar e brincar nas ondas salgadas do oceano”, continuou o gafanhoto, “e algumas delas construirão castelos de areia ou cavarão poços para a água encher. Por que você não vai, Tio Wiggily? Talvez você encontre sua fortuna lá.”  

“Acho que vou”, disse o coelho. “Você não quer vir comigo?” Bom, o gafanhoto disse que iria, então partiram juntos, o *nhotogafa*”perdão”quero dizer, o gafanhoto e o coelho.  

Logo, eles ouviram o som das ondas batendo nas areias da praia e sentiram o cheiro da brisa salgada, que os fez sentir fome de sopa de mariscos, lagostas, caranguejos e coisas desse tipo. Então eles viram ainda mais crianças correndo e, pouco tempo depois, estavam na praia.  

“Bom, agora é hora de procurar minha fortuna”, disse o coelho, enquanto observava as ondas avançarem na areia fazendo barulho e espuma, para depois recuarem de volta ao mar. “Como você acha que eu deveria começar, Sr. Gafanhoto?”  

“Se eu fosse você, cavaria na areia”, disse o gafanhoto. “Às vezes, homens que eram chamados de piratas costumavam enterrar ouro na areia. Talvez ainda tenha algum dinheiro deles por aqui. Você cava e eu fico de olho.”

“Mas eu não tenho nada com o que cavar”, disse o coelho.

“Oh, pode usar minha pá”, disse uma menininha que tinha levantado o vestidinho para ele não molhar. “Eu vou andar na água, então não vou precisar dela.”  

“Muito obrigado”, disse o cavalheiro coelho à menininha, e então ela foi andar na água. Uma onda respingou nela inteirinha, mesmo com o vestido acima dos joelhos, e sua mamãe a chamou para ser mais cuidadosa e não se molhar tanto.  

Então Tio Wiggily começou a cavar. Cada vez mais fundo ele cavava na areia, enquanto o gafanhoto observava. E de tempos em tempos, o Tio Wiggily olhava dentro do buraco para ver se havia ouro entre os grãos de areia, mas não havia nenhum.  

Ao redor, as crianças estavam se divertindo muito. Um menino fez um túnel e fingiu que uns pedaços de madeira eram trens que passavam por ele, enchendo as bochechas de ar para imitar o som da locomotiva.  

Uma menininha fez um jardim na areia, usando algas marinhas como flores e conchas como casinha, e ela e outra garotinha fizeram uma festa de brincadeira. Era diversão pura!  

Então, um menino grande se deitou na areia, e outro o cobriu completamente, dos dedos do pé até o nariz, mas deixou o nariz para fora para ele respirar. Bom, o gafanhoto e o Tio Wiggily olharam toda aquela diversão e ficaram felizes da vida. E o coelho continuou cavando o buraco na areia, esperando logo encontrar o ouro.  

De repente, antes que você pudesse contar até quarenta, o buraco que o Tio Wiggily estava cavando se encheu de água, como um poço.  

“Oh, céus!”, exclamou o coelho. “Isso é má sorte. Agora não vou conseguir encontrar ouro. O que devo fazer?”  

“Acho que você terá que cavar outro buraco”, disse o gafanhoto. “Mas talvez ainda tenha ouro no fundo deste. Vamos pegar um balde e retirar a água. Assim, poderemos ver o ouro.”  

Então, a menininha que emprestou a pá deu seu baldinho ao Tio Wiggily para ele retirar a água. Mas o engraçado era que, quanto mais ele retirava a água, mais vinha da areia, até que era suficiente para fazer dois poços.  

O gafanhoto também ajudou a retirar a água com outro baldinho pequeno, mas não adiantou nada.  

O coelho e o gafanhoto estavam tão ocupados que não notaram um grande caranguejo rastejando atrás deles. E, de repente, o Tio Wiggily sentiu algo beliscar seu rabinho curto.  

“Ei! O que é isso?”, gritou, virando-se rapidamente, e então viu o caranguejo, com suas grandes garras azuis, beliscando-o.  

“AI! Oh, céus!”, gritou o coelho. “O que eu faço agora?”  

“Eu vou puxá-lo!” gritou o gafanhoto, mas ele não era forte o suficiente, e o caranguejo continuou segurando o rabo do coelho.  

“Por que você está me beliscando?” perguntou o coelho, tentando alcançar o caranguejo para soltá-lo, mas não conseguindo.  

“Eu estou te beliscando porque você cavou um buraco na minha praia de areia”, disse o caranguejo, “e eu só vou soltar se você me der mil pedaços de queijo para o jantar.”  

“Oh, eu nunca vou conseguir tanto!” chorou o coelho. “Será que ninguém vai me ajudar a me livrar deste caranguejo?”  

Mas todas as crianças já tinham corrido para casa para almoçar. Não havia ninguém para ajudar o coelho até que, de repente, uma grande onda apareceu e quase cobriu o Tio Wiggily.  

Ele mal conseguiu respirar e pulou de volta para a praia, tentando escapar da água, e o gafanhoto pulou para lá também. Mas a onda acabou sendo boa. Assim que o caranguejo sentiu a água atingindo-o, soltou o rabo do coelho para nadar embora.  

E é assim que o Tio Wiggily se livrou do caranguejo, mesmo que não tenha encontrado ouro. Ele ficou muito feliz que seu rabinho não tivesse sido arrancado!